A Comissão da Memória e Verdade Dom Helder Câmara recebeu, nesta quarta-feira (6), cópia digitalizada dos autos da CPMI instaurada, à época, para investigar as ações do Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD) nas eleições de todo o País em 1962. A entrega dos documentos inéditos foi feita pelo presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN).
A CPI, cujo vice-presidente era o deputado Rubens Paiva, morto pela ditadura militar, investigou o financiamento de campanha de vários candidatos.O instituto, fundado em 1959, recebia contribuições de empresários brasileiros e estrangeiros, com o objetivo de combater o comunismo no Brasil e influir nos rumos do debate econômico, político e social do País. À época, a CPI, cujo vice-presidente era o deputado Rubens Paiva, morto sob tortura pela ditadura militar em 1971, investigou o financiamento de campanha de vários candidatos.
Henrique Alves destacou a importância do resgate da memória política do País. “O Ibad, denunciado por várias organizações de participação popular e a pela própria imprensa, teve um comportamento incorreto, indevido e desrespeitoso com o povo brasileiro”, afirmou o presidente.
O integrante da Comissão Dom Hélder Câmara, Henrique Mariano, afirmou que o instituto criou e capitalizou ações contra o governo eleito de João Goulart. Ele explicou que o ex-governador pernambucano Miguel Arraes havia denunciado as ações do Ibad e, por isso, a comissão de Pernambuco se preocupou em investigar os documentos da CPI da Câmara.
“A partir de agora, vamos nos debruçar para identificar exatamente os depoimentos que foram à época prestados e vamos divulgar esse resultado”, destacou Mariano.
O deputado Pedro Eugênio (PT-PE), um dos autores do requerimento para digitalização dos documentos, destacou a importância de revelar à sociedade informações que estavam arquivadas há mais de 50 anos. “Nunca é tarde para divulgar a verdade”, afirmou Eugênio. Para ele, o instituto preparou uma situação de golpe no País (1964).
Fonte – Agência Câmara