Assinado por 27 oficiais que atingiram o posto máximo da hierarquia militar, muitos deles com postos de prestígio ou de comando na ditadura (1964-85), o documento diz que Exército, Marinha e Aeronáutica não devem qualquer pedido de desculpas pelos crimes cometidos nos 21 anos de regime autoritário.
“Abominamos peremptoriamente a recente declaração do senhor ministro da Defesa à Comissão Nacional da Verdade de que as Forças Armadas aprovaram e praticaram atos que violaram direitos humanos no período militar”, afirma a nota.
A divulgação do manifesto dos oficiais da reserva é uma resposta a um ofício encaminhado por Celso Amorim à Comissão Nacional da Verdade, na última semana, admitindo pela primeira vez que as Forças Armadas não têm condições de negar a ocorrência de mortes, torturas e desaparecimentos durante a ditadura.
O documento assinado pelo ministro da Defesa foi baseado em ofícios dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. Em resposta à comissão, as três Forças se limitaram a dizer que não dispõem de provas para afirmar ou negar fatos como a ocorrência de crimes e assassinatos em unidades militares.
Os membros da Comissão Nacional da Verdade consideraram a manifestação das três Forças insuficiente.
Fonte – Folhapress