Comissão da Verdade de PB recebe dados sobre 51 casos de violação dos direitos humanos

A Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDH) recebeu, nesta terça-feira (11), um relatório referente à pesquisa realizada pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, órgão que foi representado no evento pela conselheira da Comissão de Anistia Rita Sipahi, constando 51 casos de violação aos direitos humanos. Destes, dez são anistiados pernambucanos, contudo, os nomes dos mesmos não foram divulgados na solenidade.

Segundo Rita Sipahi, que representou o secretário de Justiça, Paulo Abrão, ausente, alguns nomes de pernambucanos como David Capistrano, Fernando Santa Cruz, Gildo Lacerda, Rui Frazão, estão na lista. Além disso, a conselheira afirmou quem, em Pernambuco, o golpe de 1964 foi um pouco diferente do Brasil, ressaltando que viu de perto a ditadura no estado, já que estudou medicina no Recife.

“A repressão civil militar em Pernambuco foi truculenta, ela desbaratou todo movimento camponês, destruiu, esfacelou e, até hoje, não se sabe o número de vítimas. Era um governo de muita efervescência política, de movimentos populares e isso fez com que a ação dos militares caísse aqui como uma bomba, diferente do sul do Brasil que tinha uma promessa de eleição que o governo militar tinha segurado”, afirmou Rita. A conselheira lembrou que o golpe atingiu a sociedade pernambucana toda e que isso não está identificado e deve ser contado. Atualmente, o Memorial da Anistia Política tem um acervo de 74 mil requerimentos.

Manoel Moraes, conselheiro das duas comissões representadas, lembrou que a Comissão da Verdade Dom Helder Câmara encerra os trabalhos em 2016, a Comissão Nacional da Verdade, em dezembro deste ano e que a Comissão de Anistia é um trabalho permanente, por isso a importância da convergência das comissões. Manoel também ressaltou a importância do relatório entregue.

“Esse relatório é um diagnóstico a partir das solicitações dos casos que estamos investigando. Ele nos permite fazer um relatório mais sistemático dos casos que queremos daqui ter acesso a esse material probatório, essa documentação nos ajuda e subsidia nosso relatório final”, concluiu.

 

 

Fonte – Diário de Pernambuco

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