A ministra dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti, divulgou nesta segunda-feira (1º) o resultado da perícia sobre os restos mortais do ex-presidente João Goulart. De acordo com o laudo entregue pela Polícia Federal, não foi possível provar que Jango tenha sido envenenado, assim como não foi possível provar que ele tenha morrido de causas naturais. Participaram da solenidade o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, familiares ex-presidente, o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, e os peritos que trabalharam no caso.
A ministra disse que o laudo pericial é parte de um processo de investigação e não uma conclusão em si. “Independentemente do resultado, hoje avançamos no fortalecimento da democracia. Uma ditadura pode provocar um assassinato por motivação política, mas só numa democracia se pode investigar o motivo político de um assassinato”, afirmou Ideli.
O filho de Jango, João Vicente Goulart, disse que a família estava preparada para o resultado. Ele reivindicou que o Estado brasileiro faça o compartilhamento de documentos com outros países e, por meio do Ministério Público, cobre o depoimento de agentes estrangeiros que contribuíram com o regime militar brasileiro.
A análise dos restos mortais de Jango teve início no dia 13 de novembro do ano passado e foi feita por laboratórios do Brasil, da Espanha e de Portugal. O trabalho também foi acompanhado por peritos da Argentina, do Uruguai e de Cuba, representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), do Ministério Público Federal, além da família de Jango. O resultado será entregue à família do ex-presidente e posteriormente à Comissão Nacional da Verdade.
Deposto pelo regime militar (1964-1985), Jango morreu no exílio, em 6 de dezembro de 1976, na Argentina. Por imposição do regime militar brasileiro, o corpo de Goulart foi enterrado em sua cidade natal, São Borja, no Rio Grande do Sul, sem passar por autópsia.
Fonte – Assessoria de Comunicação Social – www.sdh.gov.br