Estrutura a ser reformada para comportar o Memorial fica em Belo Horizonte
O objetivo do novo espaço cultural é preservar a memória coletiva das lutas de resistência e também o histórico de violação de direitos humanos durante a ditadura militar
O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou apoio financeiro de R$ 10 milhões para a criação do Memorial da Anistia Política do Brasil, em Belo Horizonte. O montante será empregado na recuperação do Coleginho, estrutura do início do século 20 ligada à Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (FAFICH/UFMG) e, posteriormente, do Teatro da UFMG.
O novo espaço cultural vai preservar a memória coletiva das lutas de resistência e também o histórico de violação de direitos humanos durante o governo militar. A iniciativa é do Ministério da Justiça (MJ), resultante dos trabalhos da Comissão da Anistia. Os recursos do BNDES não são reembolsáveis, com base nos incentivos da Lei Rouanet, e correspondem a 25% do custo total do projeto, que está estimado em R$ 40 milhões, com conclusão prevista para 2018.
O prédio tem valor simbólico: foi palco de resistência política e formação de intelectuais mineiros durante o período do regime militar. Com o reforço estrutural, além da adaptação da área de 1,12 mil metros quadrados para a sua utilização como equipamento cultural, o Coleginho contará com dois pavimentos: o térreo e o subsolo, nos quais haverá cabines de vídeo e de áudio.
O térreo será ocupado por exposição de longa duração. O acervo incluirá os requerimentos de reparação encaminhados à Comissão e os documentos de registros de perseguições políticas. A proposta é análoga às adotadas na Alemanha pós-nazista, na África do Sul pós-apartheid, na luta norte-americana contra o racismo e em países da América Latina, após regimes ditatoriais. Os dossiês da Comissão de Anistia foram declarados “Patrimônio Documental Regional” pelo Programa Memória do Mundo da Unesco.
Fonte: Portal Brasil, com informações do BNDES