Ele foi um filiado histórico do PT, mas deixou o partido e foi um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
O jurista e político Hélio Bicudo, de 96 anos, morreu na manhã desta terça-feira (31) em sua casa, nos Jardins, em São Paulo. Os locais do velório e do enterro ainda não foram divulgados.
Segundo o advogado Thiago Nunes, amigo de Bicudo, ele morreu por volta das 10h30 em decorrência de vários problemas de saúde, inclusive cardíaco. Ele tinha sete filhos, sendo quatro homens e três mulheres. A mulher, Déa, faleceu em março deste ano.
Bicudo nasceu em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, foi aluno da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), na turma de 1946, e ex-integrante do Partido dos Trabalhadores (PT).
Ele foi um dos autores do pedido de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados em 2015.
Ativista dos Direitos Humanos, ficou conhecido por condenar integrantes do Esquadrão da Morte, grupo de extermínio formado por policiais que agia em São Paulo nos anos 70, época em que era promotor.
“Não houve um confronto, houve um processo de eliminação, de execução por parte da polícia”, contou Bicudo em entrevista.
Posteriormente, o jurista atuou como procurador de Justiça do Estado de São Paulo. Ele particiou da luta pela redemocratização do Brasil e atuou na campanha “Diretas Já”.
Em 1986, Bicudo se filiou ao PT e foi candidato ao Senado. Ele foi secretário de Negócios Jurídicos do município de São Paulo na gestão da ex-prefeita Luiza Erundina entre 1989 e 1990, quando se elegeu deputado federal pelo PT.
Em 2000, foi empossado presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, com sede em Washington, nos Estados Unidos. Entre 2001 e 2004, foi vice-prefeito de São Paulo durante a gestão da petista Marta Suplicy. Em 2005, Bicudo deixou o PT, em meio a crise do mensalão.
Ele deixa sete filhos, netos e bisnetos. Bicudo estava viúvo desde março, data em que sua mulher Déa faleceu.
Fonte – G1