Espinosa foi preso e brutalmente torturado em 1969
O professor da Unifesp no curso de Relações Internacionais e jornalista, Antônio Roberto Espinosa, morreu na noite desta terça-feira (25), em Osasco.
Espinosa ajudou a organizar a greve da Cobrasma (a primeira do regime militar) e foi dirigente da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares).
Foi preso e brutalmente torturado em 1969, carregava marcas permanentes da ditadura militar brasileira (ficou surdo e perdeu muitos dentes). Assistiu à tortura de sua companheira Dodora e do amigo Chael, que veio a morrer no Dops em decorrência de um golpe de fuzil no peito.
Quando saiu da cadeia, em 1974, decidiu se dedicar ao jornalismo, ofício que exerceu por 11 anos na editora Abril e depois em seu jornal Primeira Hora.
Fonte – Revista Forum
Morre o jornalista e opositor da ditadura militar Antônio Roberto Espinosa
Professor de Relações Internacionais da Unifesp tinha 73 anos e atuou ao lado de Carlos Lamarca
O jornalista Antônio Roberto Espinosa, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), morreu nesta terça-feira (25) aos 72 anos em Osasco, São Paulo. Ele lutava contra um câncer no pulmão.
Espinosa foi um revolucionário que combateu a ditadura militar para restaurar a democracia no Brasil. Ele foi dirigente da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), ao lado de Carlos Lamarca.
Em dezembro de 1969, Espinosa foi preso no Rio de Janeiro e levado para São Paulo onde foi torturado. O advogado e militante contra a ditadura Aton Fon Filho, preso na mesma noite, conta ao Brasil de Fato como foi o breve encontro com o colega naquele momento.
“Era o dia 19 de dezembro de 1969. Conheci o Espinosa na sede da Polícia do Exército, na Vila Militar. De lá, fomos trazidos para São Paulo, no mesmo carro, trancados no porta-malas. Nós evitamos conversar porque tinham pessoas do Exército prestando atenção na gente”, relata. Chegando em São Paulo, os dois jovens foram levados para a sede da Oban [Operação Bandeirantes], um dos centros de tortura da ditadura. “Logo depois da chegada, ele foi levado para o DOPS [Departamento de Ordem Política e Social], e eu fiquei mais um mês na Oban”, completa.
Na cadeia, Espinosa assistiu à tortura de sua companheira Dodora e do amigo Chael, que veio a morrer no DOPS em decorrência de um golpe de fuzil no peito.
Em 1974, ele saiu da prisão e passou a se dedicar à profissão de jornalista. Depois de alguns anos, fundou o jornal Primeira Hora, com sede em Osasco.
Fonte – Brasil de Fato