Ex-delegado do Dops é denunciado por ocultar e destruir cadáveres

Publicado originalmente em 06.08.19 | 17:35

O Ministério Público Federal denunciou o ex-delegado do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) Cláudio Antônio Guerra por ocultar e destruir cadáveres por meio de incineração entre 1973 e 1975, durante a ditadura militar, informa o Uol. A denúncia é do dia 24 de julho e foi divulgada hoje pelo MPF.

A ação se baseia no livro “Memórias de uma Guerra Suja”, em que o delegado Guerra conta que recolheu 12 corpos no DOI-Codi, na Tijuca, no Rio, e em um imóvel conhecido como “Casa da Morte”, em Petrópolis. Segundo o relato, ele levou os cadáveres até a Usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, e incinerou-os. Testemunhas e documentos confirmaram a autenticidade dos relatos de Cláudio Guerra.

Um dos 12 citados é Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira, pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz.

“Assim, com o objetivo de assegurar a impunidade de crimes de tortura e homicídio praticados por terceiros, com abuso de poder e violação do dever inerente do cargo de delegado de polícia que exercia no estado do Espírito Santo, foi o autor intelectual e participante direto na ocultação e destruição de cadáveres de pelo menos 12 pessoas, nos anos de 1974 e 1975”, afirma o procurador da República Guilherme Garcia Virgílio, autor da denúncia.

FONTE – O ANTAGONISTA