Forças Armadas aproveitam solenidade para pressionar Dilma, que se esquiva
Mais uma vez, um evento das Forças Armadas com a presença da presidente Dilma Rousseff transformou-se em palco de cobranças por melhores condições de trabalho. Ontem, na comemoração do 147 aniversário da Batalha Naval do Riachuelo, em que autoridades e membros das Forças Armadas foram condecorados, a Marinha reafirmou seus pleitos de melhoria nos salários e reequipamento das tropas.Em discurso, o comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto, cobrou a concretização das promessas do governo.
– Cabe-me destacar a preocupação permanente com o preparo profissional, o bem- estar social e a valorização das carreiras dos homens e mulheres que integram a instituição – disse o almirante em seu discurso: – Em sintonia com o crescimento da nação, hoje uma das maiores economias do mundo, e de acordo com as orientações emanadas da Estratégia Nacional de Defesa, permanecemos empenhados em poder contar com uma força à altura da nossa relevância no cenário internacional.
Dilma não discursou. Em mensagem lida por um locutor, destacou a necessidade de ampliação da “capacidade dissuasória” do país, e falou novamente em compromisso com o reaparelhamento das Forças Armadas, mas passou longe da questão salarial:
– Sabemos que nosso papel na preservação da paz depende da capacidade dissuasória do Brasil (…) Diante dessa realidade, os esforços de reaparelhamento da Marinha são uma exigência estratégica.
As negociações para reajuste salarial da caserna estão sendo conduzidas pelos ministérios do Planejamento e da Defesa, mas ainda estão em estudo técnico.
Fonte – O Globo