Esta semana, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas afirmou, durante a reunião sobre a intervenção militar na segurança do Rio de Janeiro, que os militares precisam de “garantias” para que não enfrentem “uma nova Comissão da Verdade”. A comissão da Verdade funcionou entre 2012 e 2014 e apurou os homicídios e o genocídio praticados durante aDitadura Civil-Militar de 1964. Empresas e grupos de fascistas civis também apoiaram ou participaram dos crimes.
A preocupação com general com a verdade faz sentido. Este mês, as ossadas do paulista Dimas Antônio Casemiro foram identificadas, quase 50 anos depois de ele ter sido torturado e assassinado pela ditadura militar em 1971. A identificação de Dimas foi feita por um laboratório na Bósnia. A análise foi feita em conjunto com o Grupo de Trabalho Perus (GTP-Perus). Mais um caso em que a verdade dos crimes da Ditadura apareceu. Crianças também foram torturadas durante a ditadura militar.
A verdade, que o general não que venha à tona, é a história do genocídio ou holocausto provocado pela Ditadura Militar no Brasil. Essa verdade começou em 1990. Em 4 de setembro daquele ano, a Prefeitura de São Paulo exumou de uma vala clandestina no Cemitério Dom Bosco, em Perus, com mais de 1000 ossadas em sacos plásticos de pessoas que teriam sido assassinadas pelo regime militar, no início dos anos 70, período mais repressivo da ditadura militar.
As identificações, como a de Dimas ocorrida s agora, confirmam os crimes hediondos dos militares da época. Vale ressaltar que vários militares foram contra e acabaram sendo também perseguidos pelos assassinos que estavam nas entranhas do poder. O fascismo venceu nos anos 70.
Na época da descoberta de Perus, as ossadas foram encaminhadas para análise e identificação na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que conseguiu identificar dois desaparecidos políticos entre os restos mortais: Frederico Eduardo Mayr e Dênis Casemiro.