O comitê estadual, integrante da Comissão Nacional da Verdade, trabalha para esclarecer casos de violação dos direitos humanos durante a Ditadura Militar
Segundo denúncia de Eydio Schwade, aproximadamente 2 mil waimiris-atroaris desapareceram durante a ditadura (Euzivaldo Queiroz – 14/nov/2011)Às 9h desta terça-feira (26), a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) abriu espaço para discutir, em Cessão de Tempo, sobre o Comitê Estadual do Direito à Verdade, Memória e Justiça no Amazonas, instalado em maio deste ano, que tem como principal objetivo apuração de crimes praticados pela Ditadura Militar contra cidadãos amazonenses e a inclusão dos índios Waimiri-Atroari. A autoria do debate é do deputado estadual José Ricardo Wendling (PT), que vem apoiando o movimento e discutindo esse assunto desde o ano passado.
O Comitê Estadual integra a Comissão Nacional da Verdade, instituída pelo Governo Federal para esclarecer casos de violação de direitos humanos durante a Ditadura Militar, inclusive, a autoria de torturas, mortes, desaparecimentos forçados, perseguições políticas e ocultações de cadáveres já perdoados pela Lei da Anistia, tendo como coordenador geral, Gilney Viana – da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
No Amazonas, três episódios já estão no roteiro da investigação: o suposto desaparecimento de 2 mil indígenas da etnia Waimiri-Atroari (assunto de investigação da Comissão da Verdade, da Câmara Federal); o desaparecimento do líder estudantil, jornalista e sociólogo Tomaz Meirelles, nascido em Parintins, onde atuou abertamente na resistência em defesa da legalidade constitucional, contra a tentativa de golpe militar que se seguiu à renúncia do presidente Jânio Quadros; e o suposto suicídio do sindicalista Antogildo Pascoal Viana, natural de Itacoatiara, mas que se mudou para o Rio de Janeiro, pouco antes do movimento que depôs João Goulart, para assumir o cargo de tesoureiro na Federação Nacional dos Estivadores e integrar o Comando Geral dos Trabalhadores.
O Comitê irá auxiliar nas investigações da Comissão Nacional da Verdade, que terá dois anos para ouvir depoimentos, requisitar e analisar documentos que possam contribuir para esclarecer situações de violação de direitos.
Para essa Cessão de Tempo, foram convidados o coordenador e os integrantes do Comitê da Verdade, dentre eles: indigenista e colaborador da Casa da Cultura do Urubuí (Cacuí), Egídio Schwade (coordenador), em Presidente Figueiredo; presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas, Wilson Reis; membro da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua), Osvaldo Coelho; além de Gerson Medeiros (PSTU), Luiz Navarro (PCB) e Armando Clovis de Souza, representando os movimentos sociais.
Fonte – Diretoria de Comunicação da Aleam