Jesualdo Cavalcante e Celso Barros falaram sobre a perseguição que sofreram durante o Regime Militar.
O escritor Jesualdo Cavalcante e o advogado Celso Barros estiveram na tarde desta terça-feira (08) no programa Jornal do Piauí para relatar como foi vivenciar de perto o período da ditadura no Brasil, tema esse abordado na capa da revista Cidade Verde desta quinzena, que já está nas bancas.
Jesualdo Cavalcante e Celso Barros
Jesualdo Cavalcante relembrou os momentos difíceis que passou após o golpe de Estado do dia 31 de março de 1964, quando o então presidente João Goulart foi retirado do poder.
“Fui preso no dia 04 de abril de 1964. Dia 11, o Regime Militar cassou o meu mandato de vereador pelo PTB e no dia 17 do mesmo mês me mandaram junto com mais umas 500 pessoas para a penitenciária de Teresina, que ficava onde hoje é a praça do Verdão. Lá fiquei preso por mais 40 dias”, contou Jesualdo Cavalcante.
Na sua entrevista a revista Cidade Verde ele declarou: “Um dos grandes prejuízos provocados pela revolução foi justamente ter fechado o ambiente de livre trânsito das ideias, no qual as pessoas pudessem ter uma consciência crítica da realidade”.
Outra personagem dessa história é o advogado Celso Barros, que lembrou uma das grandes dificuldades enfrentadas por todos que sofreram a repressão daquela época. “Não havia Tribunal e nem juízes naquele período, tudo era julgado pelo próprio Regime Militar”, disse.
Ainda de acordo com Celso Barros, os reprimidos pelo Regime Militar eram tratados como elementos subversivos. “Olha como nos chamavam. Na época eu tinha 44 anos e daqui a dois dias farei 90, eu já não era mais novo. Mas relembrar esse assunto tão macabro pra mim é saber que o meu presente foi construído através de um passado com muito esforço”, finalizou.
Fonte – Cidade Verde