A ação por parte das forças ditadoras só foi possível devido a uma traição. As reuniões eram marcadas sem que os próprios participantes soubessem onde seria o local. Eles eram buscados em um ponto marcado e levados de olhos vendados até onde seria realizado o encontro.
No entanto, Jover Telles, um militante, foi preso três meses antes e para ficar vivo entregou a reunião, antes mesmo de saber onde ela aconteceria. Os militares então armaram campana e seguiram Telles, descobrindo o local.
Como medida de segurança, as reuniões costumavam durar alguns dias e os participantes iam saindo em duplas. A ação militar teve início quando os militantes começaram a deixar o local. Foram presos e torturados Elza Monnerat, Aldo Arantes, Haroldo Lima, Wladimir Pomar, João Batista Drummond, Joaquim Celso de Lima e Maria Trindade. Drummond foi morto pouco depois, na sede do DOI-CODI – foi alegado que ele teria sido atropelado. O único a não ser preso foi José Novaes, que deixou a casa acompanhado de Jover Telles.
Os últimos a sair eram normalmente os líderes, que os militares acreditavam ser João Amazonas. Invadiram então a casa atirando, sem dar chance de defesa a Ângelo Arroyo e Pedro Pomar, que estava no lugar de Amazonas, então em viagem à China. O corpo de Pomar tinha cerca de 50 perfurações de bala. A polícia política remontou a cena do massacre, colocando armas ao lado dos corpos, e divulgou a falsa versão de que eles haviam sido mortos durante um intenso tiroteio.
Durante a realização da reunião da Comissão da Verdade, serão ouvidos Aldo Arantes e Haroldo Lima, que participaram daquela reunião e depois foram presos e torturados.
Fonte – Correio do Brasil