Comissão da Verdade quer memoriais em centros de tortura

Comissão da Verdade quer criação de memoriais em prédios onde presos foram torturados no Rio de Janeiro

A Comissão Nacional da Verdade quer que o governo do Rio de Janeiro tombe prédios e crie memoriais em locais usados pelo regime militar como centros de tortura de presos políticos. A informação é do coordenador da comissão, Gilson Dipp, e atende a reivindicação de organizações da sociedade.

A exemplo do Museu da Resistência, criado em São Paulo na antiga sede do Departamento de Ordem e Política Social (Dops), em 2009, o coordenador avalia que memoriais ajudam a contar a história do País. “De todos esses locais, os mais importantes, na nossa proposição, é que se tornem relíquias, quanta gente nunca ouviu falar da repressão militar?”, perguntou Dipp.

Integrantes do Grupo Tortura Nunca Mais, Vitória Grabois e Cecília Coimbra, pediram mais transparência da comissão na divulgação de depoimentos dos militares. “Manter o sigilo é manter a confidencialidade entre os torturadores desse País”, declarou Cecília.

Dipp, no entanto, explicou que todas as informações prestadas ou descobertas serão divulgadas. “Em um determinado momento, pode ser que uma oitiva seja feita em sigilo, mas depois que esse trabalho for esgotado, sairá tudo no relatório final. E (quando possível), até mesmo no decorrer do processo”.

Também foi anunciado para a próxima quinta-feira (16) um ato público pedindo a desapropriação da Fazenda Cambahyba, em Campos, onde corpos de pelo menos dez presos políticos foram incinerados, conforme revelou o ex-delegado do Dops, Cláudio Guerra. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) entrou com pedido Judicial neste sentido.

 

Fonte – Agência Brasil

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