Albuquerque e Francisco Ferreira de Oliveira, 80 anos, diretor tesoureiro do Fórum, queriam pedir a intervenção de Lula junto ao Ministério da Justiça para liberar o pagamento de indenizações de anistiados políticos que estão em atraso. Oliveira participou da luta armada contra o regime militar junto com a presidente Dilma Rousseff e passou dois anos e oito meses preso. Eles não conseguiram passar do portão do Instituto Lula, onde o ex-presidente dá expediente. “Quando o Lula estava preso, fiz mobilização para que o libertassem e acabei sofrendo oito dias de tortura, além de terem me tirado o emprego. Agora, ele bate a porta na minha cara”, reclamou Albuquerque.
“Sou do PT, mas o partido chegou ao poder e agora não cumpre a lei”, completou Oliveira. Segundo ele, pelo menos 13 processos de anistia foram julgados no Estado de São Paulo e tiveram a decisão publicada, mas os beneficiários continuam sem receber a indenização. De acordo com o dirigente, a Lei da Anistia prevê o pagamento em até 60 dias após a publicação do julgado. “Temos casos que são de 2001 e os companheiros estão morrendo à míngua sem terem recebido um centavo.” Oliveira contou que decidiu ir ao instituto depois de tentar o encontro com Lula durante vários meses para pedir que interviesse junto a Dilma.
Ele e o colega foram atendidos no portão pelo presidente da entidade, Paulo Okamoto, mas não conseguiram o encontro com Lula. Naquele momento, o ex-presidente atendia o deputado federal Virgílio Guimarães (PT-MG) e, segundo Okamoto, não havia condições de incluir os ex-presos na agenda. Revoltado, Albuquerque disse que fará um plantão na frente do prédio em que Lula reside, em São Bernardo do Campo, até entregar a reivindicação dos ex-presos políticos a ele. “Fico revoltado porque o Lula agora recebe o Maluf (deputado federal Paulo Maluf PP-SP), mas não recebe a gente que lutou por ele”, desabafou.
Fonte – Diário do Grande ABC