Damous considera que a falta de uma comissão estadual no Rio dificulta o trabalho da Comissão Nacional da Verdade: “O governador e todos nós sabemos que o Rio foi o principal centro da repressão política à época da ditadura. Pessoas de outros Estados eram sequestradas e trazidas para serem torturadas aqui. Por isso, é moralmente obrigatório que o Rio tenha sua Comissão da Verdade. Essa é a mensagem que trouxe para o governador. Tenho certeza de que, com o seu apoio, na próxima sessão da Alerj teremos finalmente a aprovação da lei que cria a comissão da verdade aqui”, afirmou.
Depois de aprovada e instalada, a Comissão da Verdade poderá apurar informações de que existiram vários centros de tortura, conhecidos como “casas da morte”, em funcionamento no Rio de Janeiro durante o regime militar (1964-85). As “casas da morte” eram centros de tortura usados pelos militares, mas instalados em imóveis em áreas residenciais, para manter a aparência de normalidade, disse o presidente da OAB. “A sociedade precisa saber com detalhes como se desenvolvia essas ações deploráveis durante a ditadura militar.”
Segundo ele, o Rio de Janeiro foi o Estado com maior número de “casas da morte” no País. Até agora, só se tinha detalhes da existência de uma dessas casas, em Petrópolis, na região serrana do RJ, mas há informações de que pode ter funcionado também no Jardim Botânico, na zona sul da capital.
“Ouvimos falar de outras, mas as informações ainda estão sendo detalhadas e serão repassadas para a Comissão da Verdade assim que ela for criada”, garantiu Damous.
Fonte – Terra