Na próxima sexta-feira (5/10), os jornalistas chilenos Mauricio Weibel e Carlos Dorat, lançam o livro “Associação Ilícita – Os Arquivos Secretos da Ditadura”, que pretende jogar novas luzes sobre a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), informou o portal Opera Mundi.
Obra pretende esclarecer fatos ocorridos no Chile durante a ditadura de PinochetA obra, publicada pela editora Ceibo, será lançada no Museu da Memória, no Chile. Junto com o livro está incluso um CD com cópias de todos os documentos citados pelos autores.
A publicação é baseada em dezenas de documentos oficiais, reproduções autenticadas de memorandos, informes, fichas de opositores e correspondências oficiais dos serviços de inteligência com entidades chilenas e estrangeiras, como o FBI e o Vaticano.
Em entrevista ao portal, Weibel, que também é presidente da União Sul-americana de Correspondentes Internacionais, disse que “nenhum alto funcionário, civil ou militar, era alheio a essas atrocidades”.
O livro nasceu da pesquisa para uma reportagem sobre como operavam a Departamento Nacional de Inteligência (DINA 1973-1977) e a Central Nacional de Informações, (CNI 1977-1990) para a agência de notícias alemã DPA, para a qual trabalha. Durante consulta aos arquivos disponibilizados pelo Ministério de Defesa, ele e Dorat perceberam que o material merecia um formato maior.
“Não eram revelações menores, ali havia documentos que comprovavam que esses serviços não foram meros apêndices, eles atuavam no coração do regime”, contou o jornalista.
De acordo com ele, os serviços de inteligência foram muito mais que somente a repressão, “foram um ministério, tinham a mesma autonomia e eram estrategicamente mais relevantes que muitas pastas”. “Eles ditavam medidas, pautavam ministros civis, se relacionavam diretamente com as embaixadas chilenas e até com organismos internacionais”, acrescentou.