Peritos chilenos identificam restos da primeira mulher desaparecida na ditadura

O Serviço Médico Legal do Chile (SML) entregou a identificação da primeira mulher detida e desaparecida em 1977 sob a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), a estudante de enfermagem da Pontifícia Universidade Católica, Jenny Barra, militante do Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR, sigla em espanhol).    

Sua identidade foi determinada mediante o trabalho multidisciplinar do SML e as análises genéticas realizadas pelo laboratório do Institute of legal Medicine, Innsbruck Medical University (GMI), da Áustria, a partir de fragmentos ósseos encontrados em Costa Barriga.

De acordo com o informe da Comissão da Verdade e Reconciliação, a jovem foi presa em 17 de outubro de 1977 por agentes da Direção de Inteligência Nacional (DINA, a polícia secreta da ditadura chilena), próximo a sua casa no município de San Bernando, e transferida para um centro clandestino de detenção e tortura, da qual desapareceu.

Os restos ósseos foram encontrados em Cuesta Barriga, a rota que liga Santiago com o porto de Valparaiso, após a Operação Retiro de Televisores, ordenada por Pinochet e que pretendia não deixar pistas dos corpos de presos desaparecidos com o objetivo de ocultá-los definitivamente.

Segundo dados oficiais, no Chile, 4.979 mulheres foram presas durante a ditadura, das quais 75 estão desaparecidas e 11 destas estavam grávidas.

 

Fonte – Jornal do Brasil

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