Grupo homenageou pessoas mortas no regime militar. Para Maria Rita Kehl, desaparecimentos são considerados sequestros.
A comissão da verdade fez uma audiência pública, nesta segunda-feira (22), em Belo Horizonte. O grupo, criado para elaborar um relatório sobre a violação de direitos humanos durante a ditadura militar, ouviu depoimentos de estudantes perseguidos pelo regime, e homenageou pessoas que desapareceram ou morreram entre 1946 e 1988, período de maior violação aos direitos humanos no Brasil.Em maio de 2014, um relatório com as coletas de depoimentos de vítimas da ditadura será enviado ao Governo Federal. Além da reunião dos depoimentos, a comissão está mobilizando a sociedade sobre o tema. A psicanalista Maria Rita Kehl, integrante da Comissão da Verdade, disse que a os desaparecimentos são considerados “sequestros continuados”, dessa forma, segundo ela, o crime permanece.
“Essa comissão tem um caráter só investigativo. O final do nosso trabalho é um relatório, mas nós esperamos [que] a sociedade se envolva. Primeiro para que se possa revelar. Para que o país conheça, para que não se repita. Ele [o relatório] vai ser divulgado, amplamente, pelo país”, disse Maria Rita.
A comissão continua na capital mineira até esta terça-feira. Os integrantes vão fazer uma reunião com representantes da sociedade na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, depois, almoçam com o governado de Minas Gerais, Antonio Anastasia. À tarde, o grupo vai conhecer o “Projeto República”, que é um núcleo de pesquisa, documentação e memória da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), comandada pela assessora da comissão, a professora Heloísa Starling.
A última audiência pública da Comissão da Verdade será realizada no dia 12 de novembro, em Curitiba.
Fonte – G1