Chile: RSF pede proteção a jornalista que investigava ditadura de Pinochet

A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu, no domingo, que se investigue “por completo” o roubo do computador pessoal do jornalista Mauricio Weibel, ocorrido no último dia 15 de dezembro, em Santiago, no Chile. A organização também quer que o governo chileno ofereça proteção ao profissional e à sua família. O correspondente da agência alemã DPA investigava o papel dos serviços secretos das Forças Armadas durante a ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990).

Weibel, que também é presidente da União Sul-Americana de Correspondentes e representante da RSF no Chile, foi vítima de ameaças antes do roubo. “Não se trata de um roubo qualquer. Os ladrões tinham muito claro o que queriam subtrair: o computador do jornalista, onde estavam todas as informações de sua investigação”, diz a RSF. Um dia antes, o carro do jornalista também foi roubado e encontrado horas depois pela polícia na zona sul de Santiago.

“Quando executava sua pesquisa, para a qual consultou os arquivos da ditadura abertos recentemente, Mauricio reclamou de ameaças e riscos que corria, o que deveria ter alertado as autoridades”, diz a organização. “Deve ter, o jornalista e sua família, uma proteção contra os riscos que correm. Ainda estão em perigo jornalistas dos países que formaram parte do Operação Condor que investigam a fundo esse período”, completa a RSF.

Mauricio Weibel é filho de José Weibel, dirigente do Partido Comunista Chileno que foi preso e desapareceu em 1976. A partir da pesquisa dos arquivos da ditadura, Mauricio publicou o livro Asociación Ilícita: los archivos secretos de la dictadura (Associação ilícita: os arquivos secretos da ditadura).

 

Fonte – Terra

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