EDUCAÇÃO NÃO É NEGÓCIO

Quero aqui registrar meu desaponto ao chegar ao final do ano. Vejo passar mais um ano… E eu em uma luta árdua. Há mais de três anos venho batalhando para implantar o Projeto Escola Carlito Maia, em Cunha (SP). É verdade que já obtive várias vitórias, entre elas: colocar em funcionamento um dos modelos do Projeto, a Escola de Qualificação Profissional, em um imóvel alugado, no centro da cidade; receber uma área de terra do Governo do Estado, na zona rural, em usofruto, para as ações do segundo modelo do Projeto, a Escola de Especialização Profissional, voltada para jovens que concluíram o Ensino Médio. Outra grande conquista foi a formalização da parceria com a FAT – Fundação de Apoio à Tecnologia, gestora do Projeto. Obter esse apoio significa a concretização de uma importante etapa deste processo. Significa um presente e, ao mesmo tempo, um desafio, porque a Escola precisa entrar com uma contrapartida financeira. Sendo a FAT uma instituição reconhecida nessa área, com um histórico de mais de 20 anos de desenvolvimento de projetos, pensei que isso facilitaria a captação junto a empresários e a representantes do poder público. Entretanto, hoje, percebo que educação não é negócio, ou melhor, não na região em que eu me encontro. Cunha é um lugar pobre, que não oferece nenhum retorno ou visibilidade para quem trabalha com capital. Apesar dos custos do Projeto serem relativamente baixos, nenhuma ajuda concreta foi obtida.

Infelizmente, não sei lidar com captação de recursos. Sou uma produtora cultural, que, no passado, obtive várias vitórias, com o auxílio de muitos amigos, a quem sempre sou grata. Hoje, pensava que poderia realizar ações dessa mesma forma. Posso dizer, com orgulho, que tenho ainda recebido a ajuda de meus amigos artistas, que, de bom grado, oferecem suas obras em benefício de mais esta causa. Não vou listar todos esses artistas, porque são muitos. Seria uma lista enorme. Vou mencionar Chico Buarque, porque, como sempre, é patrono de todos os trabalhos sociais que venho realizando. Há pouco mais de uma semana, ele me disse: “Por favor, Dulce, não desista”.

Recentemente, a ABAP, Associação Brasileira de Anistiados Políticos, escolheu este Projeto para apoiar, o que trouxe um novo alento. Mensalmente recebemos uma contribuição que ajuda na manutenção da Escola.

Este meu desabafo é a constatação das dificuldades por que passa a educação, de um modo geral, em nosso país. Todos se empolgam lendo o Projeto – empresários, artistas, educadores, ambientalistas, políticos, etc. Consideram avançado e perfeito para o Brasil, mas fica na promessa.

Mesmo com poucos recursos, a Escola vem atendendo a dezenas de jovens e realizando uma série de eventos que demonstram o seu perfil transformador, o que pode ser conferido na nossa página no Facebook:

https://www.facebook.com/escolacarlitomaia?ref=hl

 

Espero que 2013 seja um ano auspicioso!

 

Dulce Maia de Souza

A Quixote de saias!

A Sonhadora!

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