Rubens Paiva pode ter sido assassinado no Doi-Codi do Rio

Documentos no Arquivo Nacional apontam que o ex-deputado foi morto sob tortura. A versão oficial do Exército é que Paiva fugiu das mãos dos militares

O coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Claudio Fonteles, divulgará entre fevereiro e março um texto de sua autoria segundo o qual há provas documentais de que o ex-deputado federal baiano Rubens Paiva foi assassinado por agentes da ditadura militar no interior de um quartel do Exército no Rio. Crítico da ditadura militar e pai do escritor Marcelo Rubens Paiva, o ex-parlamentar desapareceu em janeiro de 1971, aos 41 anos de idade. 

A versão oficial que o Exército mantém até hoje é a de que o ex-deputado fugiu dos militares no Rio de Janeiro. Documentos que têm vindo a público ao longo dos anos e depoimentos testemunhais, contudo, indicam que Paiva foi morto sob tortura nas mãos do Exército.

Fonteles afirmou ao programa da jornalista Miriam Leitão, no canal GloboNews, e ao portal iG, que há documentos no Arquivo Nacional que apontam para o assassinato de Paiva no interior do DOI-Codi, um dos principais centros da repressão militar à esquerda na época da ditadura de 1964 a 1985. O coordenador reconheceu que ainda faltam pistas do destino dado ao corpo pelos militares e dos nomes dos autores do crime.

Papéis entregues à Polícia Civil do Rio Grande do Sul pela família do coronel Júlio Miguel Molinas Dias, morto a tiros quando chegava em sua casa em Porto Alegre (RS), ajudariam a confirmar a morte de Paiva. Dias comandou o DOI-Codi do Rio entre o final da década de 1970 e início dos anos 1980. Um dos documentos confirmou que Paiva chegou a dar entrada no DOI-Codi.

 

Fora da ditadura

O empresário Boris Tabacof, 84, foi preso e torturado por motivos políticos em 1952, na Bahia. Ele é a primeira pessoa a relatar violações de direitos humanos fora do período da ditadura militar, em depoimento à Comissão Nacional da Verdade, em novembro de 2012.

A prisão ocorreu durante o último governo Getúlio Vargas. Tabacof era à época membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e dava suporte a militantes que atuavam dentro das Forças Armadas. Ele disse que, que fornecia material ideológico para os militares comunistas. (das agências de notícias)

 

O quê

ENTENDA A NOTÍCIA

A Comissão da Verdade, criada em 2011 pela presidente Dilma Rousseff (PT), visa investigar violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988 no BrasiI. O grupo não tem o poder de punir possíveis autores de violação.

 

Fonte – O Povo

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