Umberto procura os companheiros que estiveram detidos na Ilha das Flores

Umberto procura os companheiros que estiveram detidos na Ilha das Flores. Favor entrar em contato com ele.

Companheiros,

Mando arquivos “escaneados” de matéria publicada pela Revista Pesquisa Rio da FAPERJ, relativa a programa de cooperação da UERJ com a Marinha do Brasil, a partir de pesquisa de um professor da UERJ, que acaba de inaugurar o Centro de Memória e Museu da Imigração no Brasil, com visitação pública, inclusive para escolares.

Acho que, principalmente os companheiros que estivemos presos na Ilha das Flores (aquele Centro de Torturas montado e operado pelo CENIMAR no quartel da tropa de reforço de Fuzileiros Navais na Baia de sGuanabara, no município de São Gonçalo, Rio de Janeiro, por onde passaram e foram torturados centenas de militantes) devíamos tentar alguma iniciativa organizada para reagirmos a essa farsa.

É verdade, que a Ilha foi um Centro de recepção de imigrantes (inclusive por ironia do destino, meu avô paterno chegou a ser diretor daquele Centro no início do século XX e meu pai acabou nascendo na Ilha e como saiu de lá muito pequeno só foi conhecer o lugar onde nasceu por ocasião de uma visita que me fez quando eu estava preso lá em 1969) e é interessante resgatar essa história da imigração, porém, a Ilha foi usada também para outras finalidades em tristes episódios da nossa vida republicana, como prisão para anarquistas nas primeiras décadas do século passado e mais recentemente como Centro de Torturas pelo CENIMAR durante a ditadura militar de 1964/1985.

Não é admissível que uma universidade pública como a UERJ participe de um projeto de resgate histórico que trabalhe com meias verdades, que mascare situações, que sirva para que a Marinha do Brasil consiga esconder das apurações da Comissão da Verdade, da sociedade brasileira e das novas gerações, que mantinha naquele local, Ilha das Flores, um terrível Centro de Torturas e que seus oficiais e agentes participaram e patrocinaram isso. Acho que a gente precisava conversar sobre isso, denunciar essa situação, sei lá, pedir apoio a essa meninada que faz os escrachos para ir lá na entrada da Ilha, chamar a imprensa e fazer um escracho. Inclusive, há pouco tempo atrás, o Luis Tenório se dispôs a intermediar uma audiência com o reitor da UERJ sobre o assunto. Enfim, me coloco desde já a disposição para qualquer iniciativa nesse sentido.


Um abraço a todos,
Umberto

 

Umberto (utrilima@gmail.com)

Luiz Carlos (lcbocao@gmail.com )

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