Justiça argentina retoma julgamento por “voos da morte” durante ditadura

A Justiça argentina retomará amanhã em Buenos Aires as audiências do terceiro julgamento por crimes contra a humanidade cometidos na Escola de Mecânica da Marinha (Esma) nos últimos anos da ditadura militar, no qual pela primeira vez estão entre os acusados pilotos dos chamados “voos da morte”.

Nesta fase do supercaso há 68 acusados em ações movidas por 789 vítimas de violações dos direitos humanos na Esma, o maior centro de detenções clandestinas do país durante a ultima fase da ditadura (1976-1983), entre elas a da jovem sueca Dagmar Hagelin e a de Esther Norma Arrostito, dirigente da guerrilha Montoneros.

O julgamento, iniciado no dia 28 de novembro e que pode durar até dois anos, deve contar com depoimento de 900 testemunhas.

Entre os acusados estão Jorge Eduardo Acosta, ex-capitão de fragata e ex-chefe de Inteligência e do Grupo de Tarefas da Esma; o ex-capitão de corveta Ricardo Miguel Cavallo, extraditado na Espanha em 2008, e o ex-capitão da Marinha e agente de inteligência Alfredo Astiz, conhecido como “Anjo Loiro”, ou “Anjo da morte”.

Além disso, serão processados os civis Gonzalo Torres de Tolosa, conhecido como “Tenente Vaca”, advogado integrante do grupo de Tarefas da Esma, e o economista Juan Ernesto Alemann, ex-secretário de Fazenda da ditadura, acusado de presenciar um interrogatório sob torturas.

Pelos “voos da morte”, nos quais eram jogados no rio da Prata ou no mar pessoas sequestradas pela ditadura, são acusados os militares aposentados e pilotos da Aerolíneas Argentinas na ativa Enrique José de Saint e Georges Mario Daniel Arru, além do oficial Alejandro Domingo D’Agostino, chefe da Divisão de Veteranos de Guerra.

Também deverão se pronunciar perante os juízes Leopoldo Bruglia, Daniel Obrigado e Adriana Paliotti, e Julio César Poch, ex-piloto da linha aérea holandesa Transavia, extraditado na Espanha.

A fase anterior do supercaso da Esma, o maior julgamento aberto na Argentina por crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura, terminou em outubro de 2012 com 16 condenados.

 

Fonte – Agencia EFE

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