A Presidenta Dilma Rousseff deu posse nesta quarta-feira aos sete membros da Comissão da Verdade.
Ela chorou ao final.
(A reprodução não é literal.)
O Brasil merece a Verdade.
Aos que perderam amigos e parentes – é como se morressem a cada dia.
Se há filhos sem pais.
Pais sem túmulo.
Túmulos sem corpos.
Ela lembrou Galileu: a verdade é filha do tempo e, não, da autoridade.
Ela acrescentou: o tempo traz a luz.
E esse tempo chegou !
O Brasil não podia se furtar a conhecer a Verdade.
A totalidade de sua História.
A ignorância não pacifica, não ajuda a apaziguar.
A sombra e a mentira levam à intolerância.
Assim como saudou os que lutaram e enfrentaram a truculência ilegal do Estado, reconhece os pactos políticos (ou seja, a Lei da Anistia).
Observou que também hoje entra em vigor a Lei de Acesso à Informação: a transparência inibe o mau uso do dinheiro público e a violação de Direitos Humanos.
Ela reconheceu em Tancredo Neves a paciência e a competência para levar o Brasil do autoritarismo à Democracia.
Em Sarney, o mesmo esforço e habilidade para chegar à Democracia.
Lula, por enviar ao Congresso o projeto da Comissão da Verdade.
Fernando Henrique, pela Lei dos Mortos e Desaparecidos.
Collor, pela liberação de toneladas de documentos secretos do DOPS de São Paulo e do Rio.
Homenageou, também, Itamar Franco e Ulysses Guimarães.
E todos os que construíram 28 anos de regime democrático.
O Direito à Verdade, disse ela, é o direito de prantear os mortos e enterrar vítimas da ação do Estado ou sua omissão.
A Comissão não será revanchista, ela disse.
A Verdade é contra o esquecimento.
É memoria, História.
Fonte – Paulo Henrique Amorim, Conversa Afiada