Fernando Antônio de Oliveira moveu ação contra a União há três anos. Ex-bancário que trabalha como garimpeiro diz ter tido danos psicológicos.
Atualmente Fernando tem 64 anos e trabalha em garimpo (Foto: Reprodução/TV Integração)Depois de mover uma ação há três anos contra a União por danos morais e perdas sofridas durante a ditadura militar, o ex-preso político, Fernando Antônio de Oliveira, foi ouvido numa primeira audiência na tarde desta terça-feira (19), na 2ª Vara da Justiça Federal de Uberlândia. Além dele, uma segunda testemunha também foi ouvida.
Fernando foi preso na década de 70 acusado de atuar contra o regime militar e, segundo ele, foi torturado por quase quatro meses no Departamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). Na época ele tinha 22 anos, trabalhava e estudava para ser piloto de aviação, mas não conseguiu concluir o curso em virtude da prisão.
O ex-bancário foi denunciado em 1.970 como integrante da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), uma organização de guerrilha política brasileira de extrema esquerda que combatia o regime ditatorial. No ano seguinte ele foi julgado e absolvido no processo por subversão, mas nunca conseguiu retomar a carreira e, por esse motivo, reivindica a indenização. “Eu fiquei 16 dias na solitária e era torturado com muitos choques e pau-de-arara. Era muita tortura”, contou.
Atualmente Oliveira, com 64 anos, mora em Estrela do Sul, no Alto Paranaíba, onde trabalha como garimpeiro em lavras de diamantes. Após 40 anos do ocorrido, o estrelassulense confessou sofrer as sequelas do período do regime militar e caminha com dificuldades, além de ter tido inúmeros danos psicológicos. “Nada paga porque você vive isso dia e noite. Meus pesadelos não passam”, disse emocionado.
Uma segunda audiência do processo deve ser realizada em Brasília, mas ainda não há previsão para a data.
Fonte – G1