CNV e Petrobras identificam atuação da ditadura na estatal

Analistas da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e do Arquivo Nacional já conheceram parte do acervo, que reúne mais de 400 rolos de microfilmes, além de microfichas e documentos textuais que mostra como a ditadura militar monitorava os trabalhadores da companhia no período de 1964 a 1985. A documentação foi produzida por uma divisão de informações, ligada ao extinto Serviço Nacional de Informações (SNI). 

Em um trabalho conjunto, que foi iniciado em novembro passado, a Comissão Nacional da Verdade e a Petrobras fizeram a descoberta documental. Na mesma ocasião, a CNV requisitou à Petrobras a identificação e o recolhimento ao Arquivo Nacional dos acervos documentais dos órgãos e entidades de informação e contra-informação que se encontram, atualmente, sob sua guarda.

Uma pesquisa foi então empreendida pela companhia, quando foram localizados os primeiros 53 rolos de microfilme. Estes documentos já receberam uma pré-análise da CNV e foram prontamente digitalizados pela empresa.

Nesse primeiro grupo encontram-se as Fichas de Controle de Investigação Político-Social produzidas pela extinta Divisão de Informações, que à época funcionava na Companhia. No SNI, a divisão era conhecida como ASI/Petrobras. Em síntese, o SNI monitorava movimentações de funcionários e aparentemente tinha poder de veto sobre promoções, caso encontrasse na ficha do funcionário algo considerado “subversivo” ou inapropriado ao regime militar.

Em reunião realizada em Brasília, os membros da CNV elogiaram, em uníssono, a firme decisão da companhia de empreender a busca e de entregar os documentos ao Arquivo Nacional. Também foi decidido o envio de uma equipe da CNV para conferir o restante do acervo: mais 373 rolos de microfilmes, uma quantidade de microfichas ainda não quantificada e grande documentação textual em papel.

 

Fonte – Portal da Comissão Nacional da Verdade

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