Assassinato do jornalista Vladimir Herzog se tornou o caso mais conhecido de perseguição da ditadura aos profissionais da comunicação
“O direito à informação foi violentado de forma brutal, na ditadura, com prisões, empastelamento de jornais, exílio e a morte de muitos companheiros jornalistas”, disse nesta segunda-feira (25) a representante da Comissão da Verdade, Memória e Justiça dos Jornalistas, Rose Nogueira, após assinar termo de cooperação com a Comissão Nacional da Verdade (CNV).
A representante da Comissão da Verdade dos Jornalistas disse que, inicialmente, a comissão fez um levantamento de 16 jornalistas mortos pela ditadura civil militar, mas a apuração será ampliada com os novos dados. “Recebemos informações de outras investigações que apontam 24 jornalistas”, revelou.
Questionada se o número poderia ser maior, Nogueira disse que a comissão vai estudar caso a caso e que espera que “os familiares e os jornalistas perseguidos contem as suas histórias”.
A jornalista defendeu ainda a importância de as diferentes categorias profissionais criarem as suas comissões da verdade. “As categorias que foram perseguidas devem levantar as informações. Precisamos contribuir com a Comissão [Nacional] da Verdade para apurar as denúncias e restabelecer a verdade dos fatos”, conclamou.
A Comissão da Verdade dos Jornalistas deve apurar as perseguições sofridas pelos profissionais de comunicação, a censura aos veículos e eventuais colaborações dos meios de comunicação com a ditadura. “A ideia nossa é examinar tudo o que diz respeito à imprensa neste sentido. Tudo o que a gente tiver de maneira comprovada, a comissão vai colocar no relatório”, completou.
Fonte – EBC