A oitiva de Cláudio Guerra acompanhou uma metodologia de um questionário de perguntas semiestruturada que agregou várias fontes e documentos em posse dos membros da Comissão da Verdade. Foram exibidas fotografias e relatórios secretos para esclarecer diversos pontos, a exemplo: a presença de Guerra e posição dele no sistema de repressão; estada em Recife e envolvimento na execução de Manoel Aleixo da Silva e na morte de Manoel Lisboa Moura; a ocultação dos corpos e as informações da “Casa da Morte” e tráfico de armas; missões que tenha participado em vários Estados para eliminação de opositores do regime através do comando de Freddie Perdigão e Delegado Fleury, inclusive da atuação deles em PE, com o apoio de delegados e agentes públicos locais, colaboradores ou mesmo integrantes do CCC.
O membro da Comissão Manoel Moraes, que é relator dos casos de Fernando Santa Cruz e Eduardo Collier Filho, ressaltou a importância do depoimento. “Foi possível coletar dados sobre a troca de experiência entre agentes que estiveram em outros estados para aprender formas de tortura e de coleta de contribuições na construção da rede de colaboradores que financiavam parte dos custos das operações e do salário dos infiltrados”, disse.
“Obtivemos informações a respeito da operação Radar e dos métodos de tortura. E também foi confirmada a utilização da Usina Cambahyba na incineração dos corpos de João Batista Rita, Joaquim Pires Cerveira, Ana Rosa Kucinski, Wilson Silva, David Capistrano, João Massena Melo, Fernando Santa Cruz, Eduardo Collier Filho, José Roman, Luiz Maranhão, Armando Teixeira Frutuoso, Thomas Antonio Meirelles”, completou.
Durante a oitiva, Cláudio Guerra também declinou nomes de personalidades políticas locais que teriam dado suporte às operações, inclusive de militares que comandaram operações. O ex-delegado do DOPS colocou-se à disposição para entregar à Comissão novos documentos e fazer ponte com outros agentes que possam colaborar.
Fonte – Diário de Pernambuco