Começam nesta quarta-feira (03/04) os depoimentos de perseguidos políticos e pessoas que sofreram violação dos direitos humanos entre 1946 e 1988 no Mato Grosso do Sul. O trabalho de coleta de informações na busca por elucidação de fatos e reparação dos direitos será uma ação conjunta entre a Comissão de Trabalho, Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa e o Comitê Memória, Verdade e Justiça de Mato Grosso do Sul (CMVJ/MS).
O primeiro depoente será Haroldo Borralho, coordenador de Meio Ambiente do Centro de Documentação e Apoio aos Movimentos Populares – Cedampo, e ex-vice-presidente do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores. Ele falará sobre as perseguições políticas sofridas por militantes de partidos de esquerda ocorridas no início dos anos 80, que envolve, entre outros assuntos, a destruição da sede do Partido dos Trabalhadores. Borralho defende que o incêndio na sede do PT foi criminoso e dentro de uma série de evidências apontam para a perseguição política.
O Comitê da Verdade trabalha em articulação com a Comissão Nacional da Verdade (CNV) e é composto por entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MS), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Diretório Central dos Estudantes da UFMS, o Centro de Defesa dos Direitos Humanos “Marçal de Souza”, a CUT/MS, o Centro de Documentação e Apoio aos Movimentos Populares; Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, a Fundação Perseu Abramo, a Fundação Maurício Grabois, a Fundação Astrogildo Pereira, a Fundação Ulisses Guimarães e a Diretoria de Direitos Humanos da UNE.
O presidente da Comissão de Trabalho, Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, deputados estadual Laerte Tetila, destaca que esse será o primeiro depoimento de uma série que acontecerá nas próximas semanas com o objetivo de revelar parte da história de Mato Grosso do Sul que foi escondida. “Os depoimentos permitirão apurar as violações dos direitos de cidadãs e cidadãos com o objetivo de enviar aos órgãos competentes informações que auxiliem na identificação dessas práticas e a reparação da dignidade dessas pessoas que foram perseguidas, despertando para que esse tipo de violação não ocorra novamente”, afirma Tetila.
A audiência para depoimento começa às 14 horas no Plenarinho da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.
Fonte – Assessoria de Imprensa