Os investigadores do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops-SP), que controlava e reprimia movimentos políticos e sociais contrários à ditadura militar (1964-1985) no País, estavam atentos aos passos do então secretário-geral do PT, José Dirceu, e do deputado federal da legenda por São Paulo José Genoino, em 1984.
Em arquivo datado de junho daquele ano, o departamento sublinhava a divergência ideológica entre os dois, políticos influentes na esquerda brasileira, a respeito de uma candidatura presidencial única após o fim do regime ditatorial. Em dezembro de 2012, eles foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento com o escândalo do mensalão.
“O deputado José Genoino Neto, SP, contestou as afirmações do Secretário Geral do seu partido, José Dirceu, que em entrevista à Folha atribui ao ‘discurso ideológico’ dos grupos radicais de esquerda da agremiação o fato de não ter sido aprovada, na última Convenção Nacional, a proposta de candidatura única das oposições em eleições diretas”, afirmou o documento, citando uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
Um mês depois, Dirceu voltou a ser investigado pela participação em um ato público na Assembleia de São Paulo em favor das eleições diretas.
Fonte – Notibras