‘A Comissão da Verdade tem obrigação de ouvir todos os militares envolvidos com a repressão’. Assista, a seguir, à entrevista concedida ao Correio da Cidadania.
Retomando suas discussões sobre o andamento da Comissão Nacional da Verdade, o Correio da Cidadania entrevistou o jornalista Pedro Estevam Pomar, membro do Comitê Paulista pela Verdade, Memória e Justiça. Pomar retoma o processo que deu origem à Comissão da Verdade, desde a avaliação dos membros escolhidos para compô-la até o prazo definido para os trabalhos e o período a ser investigado.
Outro ponto que se procurou averiguar, agora que a Comissão já está em vigor há alguns meses, foi a efetividade de seus trabalhos e a participação dos envolvidos, familiares e militares. A despeito de considerar que tem havido avanços no processo, que vem dando voz a parentes de vítimas e àqueles que foram perseguidos e torturados nos anos de chumbo, o jornalista é assertivo em afirmar que ainda há um longo caminho a percorrer para intensificar a participação popular e o clamor social em torno à tão esperada Comissão.
Pomar acredita na possibilidade de instalação de processos criminais, mas alerta para o grave risco de generais envolvidos nos crimes da Ditadura livrarem-se de culpa, caso os militares não sejam todos ouvidos, desde as mais baixas até as mais altas patentes. Advoga, ainda, o jornalista pela revogação da Lei de Anistia.