Banquete das autoridades na ditadura militar

Equivoca-se completamente quem pensar que a Ditadura Militar que durou de 1964 até 1985 serviu somente para impedir que alguém fizesse crítica ao governo, coibisse as greves, controlasse os sindicatos, censurasse a imprensa, mutilasse e dizimasse centenas de pessoas. Curioso, ao ler uma série de matérias trazidas pelo jornal Diário da Manhã, que abordam o tema Ditadura Militar, em lembrança os quarenta e nove anos do golpe militar, resolvi acessar o site Mémória Política e Resistência que tornou público, um milhão de arquivos da ditadura.

Iniciei minhas buscas baixando alguns boletins informativos e no de número 40, de 23 de fevereiro de 1954 até o de número 278, de 28 de dezembro de 1954, precisamente a partir da página 383, em contagem decrescente do Diário da Noite, de 28 de dezembro de 1954, observei o registro do Jantar Anual do Conselho da Polícia Civil do Estado, em homenagem ao então governador paulista e também com a finalidade de congregar todas as autoridades policiais numa reunião de fim de ano. As páginas decrescem delineando leis garantindo reajustes salariais, elevação de categorias hierárquicas, licença-prêmio, salário-família e outras bonanças.

Imaginam quantas violações estavam sendo cometidas, quantas vidas estavam sendo ceifadas por uma legião de militares ditatoriais, por todo o País, enquanto a “grande corte paulista” e seus coniventes desfrutavam, a bel prazer, do banquete regado também com o dinheiro dos torturados.

 

Fonte – Diário da Manhã

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