O coordenador da comissão, Paulo Sérgio Pinheiro, começou hoje uma visita de três dias ao país vizinho. Acompanhado por dois assessores, Pinheiro fará buscas nos acervos do Arquivo Geral da Chancelaria e do Arquivo Nacional da Memória, ambos em Buenos Aires.
O grupo também buscará informações sobre 37 organizações políticas brasileiras que foram alvo da repressão e sobre 17 órgãos de repressão e inteligência brasileiros que atuaram entre 1946 e 1988.
Segundo pesquisadores da comissão, é possível que muito material sobre as ações orquestradas pelo regime militar brasileiro esteja nos arquivos de outros países, como estratégia para dificultar o acesso às informações.
“Há fontes documentais decisivas para reconstituir as graves violações cometidas contra brasileiros nos períodos de ditadura nesse país”, afirmou Pinheiro via assessoria.
A comitiva terá ainda encontros com a procuradora-geral da República Argentina, Alejandra Gils Garbo; com o secretário de Direitos Humanos da Nação, Martín Fresneda; e com o chanceler argentino, Héctor Timerman.
As buscas da Comissão Nacional da Verdade na Argentina são parte das pesquisas realizadas por dois grupos de trabalho: sobre a Operação Condor e sobre violações de direitos humanos cometidas contra brasileiros no exterior e contra estrangeiros no Brasil.
A Operação Condor foi uma aliança militar entre ditaduras da América do Sul –como Brasil, Argentina e Chile– nos anos 1970, para perseguir militantes que lutavam contra os regimes autoritários nesses países.
Fonte – FolhaPress