O depoimento de Zarattini, além de auxiliar a esclarecer ou complementar informações já existentes sobre os mortos e desaparecidos e militantes políticos do Partido Comunista Revolucionário, pode, também, trazer informações sobre o movimento camponês. “A ouvida de Ricardo Zarattini pode contribuir ainda com o entendimento de outras questões como a bomba do aeroporto e a presença do Vice-Cônsul Richard Melton, durante uma das sessões de tortura sofrida por Zarattini, realizada pelo serviço de repressão de Pernambuco”, esclarece Socorro Ferraz, membro e relatora.
O que se sabe até agora é que Amaro Luís de Carvalho foi encontrado morto por envenenamento na Casa de Detenção do Recife, em 1971, quando estava terminando de cumprir a pena. A versão oficial para a morte dos militantes Emanuel Bezerra dos Santos e Manoel Lisboa é de que teriam participado, em 29 de agosto de 1973, de tiroteio com a polícia e morreram. Oscorpos foram encontrados no Cemitério de Perus (SP) e acredita-se que foram presos no Recife e levados para aquele estado. Manoel Aleixo é reconhecido pelo delegado Claudio Guerra como uma de suas vítimas, fato que não confere com as informações e circunstâncias da morte do militante, já apuradas por esta Comissão. Amaro Félix Pereira foi sequestrado e desapareceu em agosto de 1973.
Segundo informações da CNBB, o camponês Albertino José de Oliveira, presidente das Ligas Camponesas de Vitória de Santo Antão, teria sido assassinado em Escada por agentes do DOPS, em 1972. José Inocêncio Pereira, trabalhador rural, sindicalista, desapareceu em abril de 1964, reaparecendo o corpo, já em estado de putrefação, no Engenho São José. Adauto Freire da Cruz, presidente do Sindicato Rural de Goiana, teria morrido em consequência de espancamento policial, no Rio de Janeiro, em 1979.
Fonte – Diário de Pernambuco