Livro com memória da ditadura chega às escolas da rede estadual

Obra traz para a sociedade brasileira mais de 300 imagens – fotos e charges – acompanhadas por textos, sobre a ditadura no Rio Grande do Sul

As Coordenadorias Regionais de Educação (CREs) passaram a contar, a partir desta quinta-feira, 18, com um exemplar da obra “Não Calo, Grito – memória visual da ditadura civil-militar no Rio Grande do Sul”. A proposta que resulta de parceria entre o Ministério da Justiça/Comissão Nacional da Verdade e o Centro de Assessoria Multiprofissional (Camp).

O livro é assinado pela professora da UFRGS, Carla Simone Rodeghero, e pelos historiadores Dante Guimaraens Guazzelli e Gabriel Dienstmann e traz para a sociedade brasileira mais de 300 imagens – fotos e charges -acompanhadas por textos, sobre a ditadura no Rio Grande do Sul.

Depois das CREs, o livro chegará às escolas de Ensino Médio da rede estadual, numa doação de mil exemplares feita pelo Camp à Secretaria de Estado da Educação (Seduc). Além do livro, compõe o kit doado à Secretaria um guia pedagógico, a ser utilizado em sala de aula, e que tem por objetivo propor reflexões sobre o ensino de história da ditadura e apresentar sugestões de atividades a serem feitas em turmas do Ensino Médio.

A representante do Camp, Iria Charão, manifestou a satisfação da entidade em ceder os livros para a rede estadual. “Houve muitos gritos que não foram ouvidos, foram calados. Com o livro, buscamos recuperar uma fase triste da nossa história. É preciso que este período triste da vida brasileira seja conhecido de todos”, disse.

No ato de entrega dos livros à Secretaria, durante reunião com as CREs, em Porto Alegre, a professora Carla frisou que a intenção do projeto é ampliar o conhecimento social a respeito do período retratado na obra – de 1964 aos anos 80 e valorizar os movimentos e atos de resistência à ditadura militar. Para Carla, ceder os livros e levá-los às salas de aula onde jovens estudam é uma das ferramentas para obter essa ampliação de conhecimento.

“O livro faz um resgate de um período, mas também é muito representativo a respeito do presente”, enfatizou a professora da UFRGS. A publicação traz registros fotográficos da imprensa oficial do Governo do Estado, dos órgãos de imprensa, além de charges e dos textos assinados pelos autores.

A preocupação pedagógica se manifesta tanto na seleção das imagens quanto na elaboração do texto. O guia destinado a professores e ao trabalho com os alunos também ilustra a preocupação pedagógica do projeto financiado pelo edital Marcas da Memória, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.

 

Fonte – Gaz

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