O Governo do Rio de Janeiro pagará R$ 20 mil à presidente Dilma Rousseff, por ter sido torturada no Estado, na ditadura militar. Ela está em lista com mais 244 pessoas a serem indenizadas. O dinheiro, a ser pago em junho, será doado ao grupo Tortura Nunca Mais, segundo a Presidência.
Dilma (ao fundo, Sarney e Lula) na Comissão da Verdade
A atual presidente foi presa em 1970, em São Paulo, quando integrava o grupo guerrilheiro VAR-Palmares, que visava a implantar um regime socialista no Brasil. A organização foi responsável pela morte de pelo menos sete pessoas, além do roubo do cofre do ex-governador paulista Adhemar de Barros.
Dilma relatou ter sido torturada com choques elétricos, palmatória e pau-de-arara em São Paulo, no Rio e em Minas Gerais, aonde foi levada para interrogatórios.
Ela cumpriu pena no presídio Tiradentes (SP) até janeiro de 1973. Reivindicou indenizações dos três Estados onde foi “interrogada, processada, julgada e condenada”, segundo seu relato.
A de São Paulo (R$ 22 mil) foi paga em 2008.
Amanhã, a Comissão de Anistia, do Governo Federal, julga pedido de indenização do ex-marinheiro José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, que esteve dos dois lados durante a ditadura militar. Ele também afirma ter sido torturado.
Preso após o golpe militar por participar de uma revolta de marinheiros apoiada por João Goulart, ele fugiu e se exilou em Cuba, onde treinou guerrilha. De volta ao Brasil, foi capturado e aceitou entregar colegas em troca da liberdade.