Ele foi um dos presos políticos trocados por embaixador americano. Corpo está sendo velado na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Morreu nesta quinta-feira (2) o sindicalista José Ibrahim, de 66 anos, líder da greve de Osasco em 1968, à frente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Osasco, um dos primeiros movimentos de resistência à ditadura militar. O corpo passa por autópsia e deverá ser velado na Assembleia Legislativa de São Paulo.Ibrahim assisitiu a um jogo de futebol pela televisão na noite de quarta-feira (1) e depois foi para seu quarto. A mulher o filho saíram para trabalhar pela manhã e o deixaram dormindo. O corpo do sindicalista foi encontrado pela família no início da tarde.
Ex-integrante do PT, Ibrahim ocupava atualmente a Secretaria de Formação Política da União Geral dos Trabalhadores (UGT).
O Partido Social Democrático (PSD) publicou em seu site uma nota de luto pela morte do sindicalista, um dos coordenadores do PSD Movimentos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte de Ibrahim.
“Em 1968, ainda jovem, José Ibrahim atuou para organizar os trabalhadores de Osasco e, defendendo seus ideais, enfrentou a prisão e o exílio. De volta ao Brasil, ajudou a fundar o PT e seguiu militando no movimento sindical até o fim de sua vida. Neste momento de perda, estendemos nossa solidariedade para todos os amigos e parentes de José Ibrahim”, diz a nota, assinada por Lula e dona Marisa.
Após a greve de Osasco, Ibrahim foi demitido sem receber pelos direitos, passou a viver como clandestino e entrou para a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Preso, foi torturado e mais tarde integrou o grupo de 15 presos políticos trocados pelo embaixador dos EUA Charles Burke Elbrick em setembro de 1969. Ele viveu dez anos no exílio.
Fonte – G1