Na avaliação da pesquisadora, dentre os serviços secretos militares, o Centro de Informações da Marinha (Cenimar) é o mais fechado. “Foi um dos organismos mais ferozes no interior da estrutura da repressão da ditadura”, classificou.
O documento de 1972 dedica mais de 12 mil páginas aos 11 mortos dados como desaparecidos. “É a primeira vez que se tem um documento oficial vindo de um órgão de repressão reconhecendo a morte de Rubens Paiva”, disse Heloísa. A pesquisadora acrescentou que, dada a capilaridade dos sistemas de informação das Forças Armadas, “pode-se inferir que não é só o Cenimar que sabia que Rubens Paiva estava morto”.
O comissionado Paulo Sérgio Pinheiro assegurou que o documento, até hoje inédito, não foi conseguido por meio da Marinha. “Quando o relatório ficar pronto, tudo vai ser revelado”, disse. O prazo final para a entrega do relatório final da Comissão da Verdade está marcado para o fim de 2014.
Veja os nomes dos mortos e as versões da Marinha sobre seus paradeiros
NOME | DOCUMENTO DE 1972 | DOCUMENTO DE 1993 |
Antonio Carlos Monteiro Teixeira | Morto | Não mencionado |
Antonio dos Três Reis de Oliveira | Morto | Desaparecido |
Ciro Flávio Salazar de Oliveira | Morto | Não mencionado |
Ezequias Bezerra Rocha | Morto | Desaparecido (cita o jornal O Globo) |
Félix Escobar | Morto | Preso por atividades terroristas |
Helenira Rezende de Souza Nazareth | Morta | Foragida |
Isis Dias de Oliveira | Morta | Foragida |
Joel Vasconcelos dos Santos | Morto | Preso e transferido para local ignorado |
José Gomes Teixeira | Morto | Desaparecido |
Kléber Lemos da Silva | Morto | Não mencionado |
Rubens Paiva | Morto | Foragido |
Fonte – Terra