RS tinha dois centros de tortura durante a ditadura, confirma CNV

Um ficava na 6ª Cia de Polícia do Exército e outro no DOPS, na capital. Comissão da Verdade apresentou balanço de um ano de atividades.

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) confirmou nesta terça-feira (21)  que dois centros de detenção e tortura funcionaram no Rio Grande do Sul desde o início da ditadura militar, ambos em Porto Alegre.  Um deles na 6ª Cia de Polícia do Exército e outro no DOPS, o Departamento de Ordem Política e Social. A informação foi divulgada em Brasília durante o balanço de um ano das atividades da comissão.

Além disso, foram reveladas informações sobre a morte do ex-deputado federal Rubens Paiva. O relatório emitido pela Marinha do Brasil em 1972 estava escondido desde aquela época. Nele, consta a relação de 11 pessoas mortas durante a ditadura, incluindo o ex-deputado federal. Duas décadas depois, no entanto, ele foi considerado foragido pela própria Marinha.

“É a primeira vez que se tem um documento oficial vindo de um órgão de repressão conhecendo a morte de Rubens Paiva”, afirmou a historiadora Heloísa Starling.

No final do ano passado, em Porto Alegre, vieram a tona as primeiras informações sobre o desaparecimento de Rubens Paiva. Documentos encontrados na casa do coronel reformado Júlio Miguel Molinas, assassinado na capital, indicam que o político esteve preso no Departamento de Operações e Informações (DOI) do Rio de Janeiro, à época comandado pelo militar gaúcho.

No dia 29 de maio, representantes da CNV estarão em Porto Alegre para uma reunião que vai discutir os detalhes da exumação do corpo do ex-presidente João Goulart. A intenção é verificar a suspeita de morte por envenenamento. O procedimento, no cemitério de São Borja, onde o ex-presidente está enterrado, depende de autorização judicial e ainda não tem data marcada.

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