Padre Manoel Henrique foi um dos escolhidos para compor a comissão. “É uma satisfação poder colaborar com este trabalho que vai trazer esclarecimentos importantes, principalmente para os familiares das vítimas. Espero prestar um bom serviço à sociedade brasileira, sobretudo à alagoana”, afirmou, dizendo que conheceu pessoalmente alguns torturados do regime, chegando a ser também fichado na polícia. “Na época, estudava no Rio de Janeiro e depois, em São Paulo. Cheguei em Maceió, em 1973. Eu mesmo tive o nome fichado na polícia, por causa das pregações”. Padre Manoel lembra a história de padre Luiz Santos, falecido há cerca de 5 anos. “Ele foi submetido a uma situação vexatória, tendo que ser julgado como bandido em Recife”.
O jornalista Enio Lins também vai atuar na comissão. Militante político em Maceió, no início dos anos 1970, quando cursava Arquitetura na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), ele disse ter se sentido honrado com a escolha. “Já conheço a história de alguns personagens da época da ditadura. A diferença, agora, é que vamos tomar os depoimentos e catalogá-los de forma oficial”, afirmou, contando que a comissão ainda não teve oportunidade de se reunir. “Os membros ainda não foram empossados. Depois da posse, devemos elaborar um cronograma de trabalho. Por enquanto, não falo em nome da comissão, mas como um cidadão que vai colaborar com esta tarefa”, explicou Enio, que iniciou a militância em 1973, sem partido, ingressando no PCdoB apenas em 1976.
Fonte – Gazeta de Alagoas