Site da Comissão da Verdade disponibiliza arquivo digitalizado do Dops

O governador Ricardo Coutinho lançou, na manhã desta quarta-feira (10), o site da Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória da Paraíba, que já está no ar com as fichas individuais do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) dos paraibanos investigados na época da ditadura militar. A Paraíba é o terceiro estado do país a abrir para a população os arquivos do Dops.

A solenidade de lançamento do site www.cev.pb.gov.br aconteceu no salão nobre do Palácio da Redenção com as presenças do reitor da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Rangel Júnior; do presidente da Codata, George Henriques; do presidente da Comissão da Verdade na Paraíba, professor Paulo Giovani Nunes; do membro da Comissão Waldir Porfírio, que apresentou o site que disponibiliza vídeos, áudios, fotografias e outros documentos digitalizados, links com os acordos de cooperação firmados e espaço para pessoas queiram colaborar com o trabalho da comissão.

O governador Ricardo Coutinho ressaltou a importância da comissão e do site para construir algumas pontes entre o passado e o futuro e levantar fatos que estavam adormecidos. Ele destacou que o site será um canal de comunicação direto da sociedade com a Comissão da Verdade.

“A Comissão da Verdade está criando os instrumentos necessários para resgatar uma parte da história que ficou submersa e que é preciso descobrir, divulgar não para fazer vingança, mas para que isso jamais se repita. Até porque a democracia, se ainda não produz os efeitos esperados, precisa ser trabalhada para gerar mais e melhores resultados para a sociedade”, afirmou.

O membro da Comissão da Verdade, Waldir Porfírio, destacou que uma das novidades será a transmissão ao vivo, por meio do site, das audiências públicas.

A próxima audiência será no dia 15 de julho sobre as Ligas Camponesas, em Sapé, com a participação do ex-deputado Assis Lemos, então secretário das Ligas Camponesas, Antônio Dantas, da líder camponesa Elisabete Teixeira e da advogada das Ligas, Ofélia Amorim, entre outras lideranças da época.

O presidente da Comissão da Verdade, professor Paulo Giovanni, disse que nestes 4 meses de instalação da comissão os principais avanços foram a assinatura de termos de cooperação com entidades que possuem documentos de pessoas que foram perseguidas pela ditadura militar.

Paulo Giovanni citou acordos como a Cooperação com a Comissão Nacional da Anistia, que possui 62 mil processos de pessoas que pediram indenização com respectivas documentações e com o Arquivo Público de Pernambuco e do Rio de Janeiro com documentos sobre paraibanos perseguidos.

“Estes documentos já foram solicitados e servirão como base de estudo dos membros da comissão e dos dez grupos de trabalho formados por pesquisadores e alunos de mestrados e graduação”.

Grupos de Trabalho – Os dez grupos de trabalho são: mortos e desaparecidos, mapa da tortura, a bomba estourada no cine, cassação de mandatos, demissão de servidores, ditadura e gênero, estrutura de repressão, intervenção nos sindicatos, perseguição ao setor educacional e repressão aos camponeses. Diversos voluntários colaboram com as pesquisas desenvolvidas pelos grupos.

A Comissão – A Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória, instalada no dia 11 de março deste ano, se reúne quinzenalmente na Casa Civil, 7º andar do antigo prédio do Paraiban, Avenida Epitácio Pessoa, em João Pessoa.

A Comissão foi criada pelo governador Ricardo Coutinho por meio do Decreto nº 33.426/12 e tem a missão de investigar crimes de violação dos direitos humanos praticados por agentes públicos contra paraibanos, durante o período da ditadura militar.

Integrantes – A Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória é constituída por sete membros: Paulo Giovani Antonio Nunes, (presidente); João Manoel de Carvalho; Irene Marinheiro; Lúcia Guerra de Fátima Ferreira; Iranice Gonçalves Muniz; Fábio Fernando Barbosa de Freitas e Waldir Porfírio. Nomeados pelo governador Ricardo Coutinho, os integrantes têm mandato de dois anos.

 

Fonte – Secom/PB

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