A Mostra Cinema pela Verdade terá duas novas sessões em Mato Grosso do Sul, dessa vez em Dourados, entre hoje na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).
Será exibido a ficção chilena ‘No’, de Pablo Larrín, na terça-feira, às 19h, no Auditório da Fadir (Faculdade de Direito).
Em sua segunda edição, a Mostra foi criada com o objetivo de promover exibições de filmes seguidas de debates sobre o período da Ditadura Civil-Militar e seus desdobramentos, bem como a relação com as ditaduras contemporâneas do Cone Sul.
Este ano, foram selecionados para a mostra dois documentários sobre a ditadura no Brasil e dois filmes de ficção sobre o período da ditadura na Argentina e no Chile. Entre as produções brasileiras estão Eu Me Lembro, de Luiz Fernando Lobo, e Marighella, de Isa Grinspum Ferraz.
Já a ficção Infância Clandestina, de Benjamín Ávila, é uma coprodução Brasil-Argentina, e No, de Pablo Larraín, faz um recorte sobre a ditadura chilena. Na primeira semana de julho teremos a continuidade da mostra, que será marcada pelos agentes regionais, de maneira que todos os quatro filmes serão exibidos em cada estado.
“O projeto Cinema pela Verdade cria um ambiente de mobilização em todo o país. Especialmente junto à juventude, em favor da memória, em favor da construção da verdade para que o país possa, finalmente, passar a limpo a sua história e possa enfrentar os seus erros de frente, para que eles não se repitam mais. E, ao mesmo tempo, possa gerar consciência crítica na juventude para que ela assuma para si um legado de resistência, de lutas e de conquistas dos nossos direitos”, ressalta o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão.
A vice-presidente do ICEM, Luciana Boal complementa: “Por vivermos em um país em que 92% dos municípios não possuem salas de cinema, nós do ICEM acreditamos que projetos como o Cinema pela Verdade são fundamentais para dar mais acesso à produção nacional. E ter as universidades como palco dessas sessões é investir na formação de um público crítico e articulado. Nada melhor do que trabalhar com os próprios universitários para estimular o contato com o cinema nacional e para que possam compreender localmente como é possível produzir um festival, além de formarem uma rede de agentes culturais”.
Sobre os Filmes Selecionados:
Eu me lembro, de Luiz Fernando Lobo: exibido no Festival Internacional do Rio de Janeiro. O documentário acompanhou cinco anos das caravanas da Anistia e reconstrói a luta dos perseguidos por reparação, memória, verdade e justiça por meio de imagens de arquivo e de entrevistas.
Infância Clandestina, de Benjamín Ávila: representante argentino ao Oscar 2013, categoria melhor filme estrangeiro. Argentina, 1979. Juan, assim como seus pais e seu tio leva uma vida clandestina. Fora do berço familiar ele precisa manter as aparências pelo bem da família, que luta contra a ditadura militar que governa o país.
Marighella, de Isa Grinspum Ferraz, ganhador do Prêmio de melhor longa-metragem da Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul em 2012. Carlos Marighella foi o maior inimigo da ditadura militar no Brasil. Este líder comunista e parlamentar foi preso e torturado, e tornou-se famoso por ter redigido o Manual do Guerrilheiro Urbano.
NO, de Pablo Larraín, concorreu ao Oscar 2013 na categoria melhor filme estrangeiro. Pressionado pela comunidade internacional, o ditador Augusto Pinochet aceita realizar um plebiscito nacional para definir sua continuidade ou não no poder. Os líderes do governo contratam René Saavedra para coordenar a campanha contra a manutenção de Pinochet.
SERVIÇO:
16 de julho, terça-feira
19h – Exibição do filme NO, de Pablo Larrín
Local: Auditório FADIR, Unidade 4 da UFGD
Endereço: Rua Quintino Bocaiúva, 2100 – Jardim da Figueira, Dourados/MS
Debatedores: Matheus de Carvalho Hernandez, mestre em Relações Internacionais, e Antônio José Guimarães Brito, Doutor em Direito
Mediador: Guillermo Alfredo Johnson , mestre em Sociologia política
Matheus de Carvalho Hernandez é professor de Relações Internacionais da UFGD, doutorando em Relações Internacionais pelo Programa de Pós-graduação em Ciência Política da UNICAMP. Mestre em Relações Internacionais e Desenvolvimento pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da UNESP. Tem como eixo de pesquisa o tema dos Direitos Humanos no sistema internacional. Pesquisador do Instituto Nacional de Estudos sobre os Estados Unidos e do Centro de Estudos de Cultura Contemporânea.
Antônio José Guimarães Brito é professor de Direito UFGD e é doutor e Mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina/UFSC. Pesquisa Antropologia Jurídica, Direitos Humanos, Estudos culturais, Pensamento Crítico Latino Americano e Descolonização. Tema central: Direito e Barbárie. Leciona as seguintes disciplinas: Antropologia Jurídica, Direitos Humanos, Sociologia do Direito e Filosofia do Direito.
Guillermo Alfredo Johnson é mestre e doutor em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina. Tem trabalhado na área de Ciência Política, com ênfase em Análise do Processo Decisório, atuando principalmente nos seguintes temas: políticas públicas, política internacional e transformações no mundo do trabalho. Suas últimas produções focalizam discussões em torno das Políticas Públicas e a questão democrática sempre considerando aspectos da Política Internacional, particularmente relacionada com a inserção da América Latina no cenário internacional.
Fonte – Folha de Dourados