JK morreu em acidente de trânsito ocorrido na Rodovia Presidente Dutra em 1976. Poém, em 1996, foi encontrado um fragmento metálico na cabeça do motorista do ex-presidente, que foi identificado como um “prego do caixão”. A conclusão foi contestada por peritos, que afirmaram que o fragmento tinha características de um projétil de arma de fogo.
Os novos exames poderiam esclarecer se a morte do ex-presidente foi ou não tramada.
Ofício
O ofício requerendo a exumação de Geraldo Ribeiro é assinado pelo presidente da Comissão, o vereador Gilberto Natalini (PV). Segundo o vereador, o secretário teria sinalizado a intenção de realizar a exumação para esclarecer o caso.
Leia abaixo o ofício:
“Senhor Governador,
Em nome da Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog, instalada na Câmara Municipal de São Paulo, informo a Vossa Excelência, para os devidos fins, que conduzimos investigação sobre a morte do ex-presidente da República Juscelino Kubitschek, que, na data de 22 de agosto de 1976, partiu da capital paulista, em viagem de automóvel pela Rodovia Presidente Dutra, mas jamais chegou a seu destino, a cidade do Rio de Janeiro, vindo a perder a vida em suspeito “acidente automobilístico”, no município de Resende (RJ).
Neste sentido, venho por meio deste solicitar a Vossa Excelência que autorize e determine a realização, prontamente, de duas perícias técnicas que consideramos imprescindíveis para esclarecer o verdadeiro motivo da morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, a saber: nova análise técnica no fragmento metálico encontrado em 1996 no crânio do motorista do presidente Juscelino Kubitschek e condutor do automóvel em que ambos viajavam pela Rodovia Presidente Dutra, Geraldo Ribeiro, também morto no “acidente automobilístico”. Entendemos, como foi levantado em 1996 pelo respeitável perito Alberto Carlos de Minas, após a exumação dos restos mortais do motorista Geraldo Ribeiro, não ser crível a justificativa de que o fragmento metálico era constituído por restos de “prego do caixão”. Afinal, o objeto metálico, conforme declarações do perito Alberto Carlos de Minas, tinha muitas semelhanças com um projétil de arma de fogo, fabricado para uso exclusivo das Forças Armadas brasileiras, conhecido como “batente”.
A segunda perícia técnica solicitada por esta Comissão da Verdade tem como finalidade a realização de análise técnica detalhada no crânio de Geraldo Ribeiro, e é jusfificada pelo fato de, durante a exumação em 1996, ter sido constatado um furo suspeito no crânio do motorista, cujas características indicam a possibilidade de ter sido causado por artefato disparado por arma de fogo contra a cabeça de Geraldo Ribeiro.
Com a certeza de que as perícias técnicas podem contribuir para elucidar de vez a causa das mortes de Juscelino Kubitschek e Geraldo Ribeiro, solicito, ainda, que as novas perícias técnicas no objeto metálico e no crânio de Geraldo Ribeiro sejam acompanhadas pelas seções paulista e mineira da Ordem dos Advogados do Brasil e por esta Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog.
Certo de contar com o apoio de Vossa Excelência, afirmo os meus votos de estima e consideração.
Atenciosamente,
GILBERTO NATALINI
PRESIDENTE DA COMISSÃO MUNICIPAL DA VERDADE”
Fonte – Caros Amigos