VOLTA REDONDA
Foi empossada na noite de ontem, no Plenário da Câmara Municipal, a Comissão Municipal da Memória e da Verdade, para apurar os crimes de torturas entre 1964 a 1990. A comissão conta com seis integrantes e deverá editar, no prazo de trinta dias da entrada em vigor desta lei, o Regimento Interno detalhando sua forma de funcionamento. As atividades serão desenvolvidas nos próximos dois anos.A Comissão da Verdade será presidida pelo presidente da 5ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-VR), Alex Martins, e terá como vice-presidente, o vereador Jerônimo Teles. Tomaram posse também como membros da Comissão o secretário municipal de Planejamento, Lincoln Botelho, Silvio Campos do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Ozanan Carrara da Universidade Federal Fluminense (UFF) e Mara Lucia Borella Camargo da Diocese de Barra do Pirai/Volta Redonda. Todos irão acompanhar as investigações e ouvir testemunhas.
Ainda de acordo com o presidente, a Comissão Municipal da Verdade, tem por finalidade acompanhar e subsidiar a Comissão Nacional e Estadual da Verdade nos exames e esclarecimentos as graves violações de direitos humanos praticadas, no período previsto o artigo 8º do ADCT, contribuindo, assim, para a efetivação do direito á memória e à verdade histórica. Ele lembra que a Comissão é composta de forma pluralista, por integrantes, entre brasileiros de reconhecida idoneidade e conduta ética, identificados com a defesa da democracia e da institucionalidade constitucional, respeitando os direitos humanos.
Segundo destacou o presidente da OAB-VR e da Comissão, o objetivo é desempenhar nos próximos dois anos as investigações sobre as torturas cometidas em Volta Redonda. Ele explicou ainda que, em destaque serão apurados os crimes de torturas, perseguições políticas, desaparecidos e a Greve de 1988 frente a ação do Estado ditada naquela época onde resultou na morte de três operários, em seguida, a bomba que explodiu o Monumento Nove de Novembro e, ainda, a investigação da morte do ex-prefeito Juarez Antunes, dentre outros episódios. “O inicio de nossas investigações será com o bispo emérito Dom Waldyr Calheiros e será em uma audiência que ele deverá escolher a data”, informa o presidente da Comissão.
Para a presidente da Câmara, vereadora América Tereza (PMDB), criada com respaldo jurídico, a comissão formada por representantes de importantes instituições da cidade, irá trabalhar para desvendar situações ocorridas com inúmeras pessoas de nossa cidade. Além disso, poderá amenizar o sofrimento de dezenas de famílias que tiveram parentes torturados, mortos e desaparecidos. Será uma resposta para essas famílias. “A OAB, na pessoa do doutor Alex, com certeza irá fazer um bom trabalho sobre essa questão. Minha expectativa é a melhor possível. Acredito na comissão”, conclui a vereadora.
Fonte – A Voz da Cidade