A CNV pediu autorização à Justiça Federal para exumação dos restos mortais na próxima Terça-feira, dia 24.
Membro do Partido Revolucionário dos Trabalhadores, o camponês Epaminondas estava desaparecido desde dia 6 de Agosto de 1972, segundo registros oficiais, mas fora preso no ano anterior pela Polícia do Exército no município de Tocantinópolis – hoje Tocantins, à época território de Goiás.
Deve-se a descoberta à investigação do delegado federal Daniel Lerner, licenciado da corporação e hoje assessor especial da CNV. Quadro das investigações sigilosas da comissão, o delegado é egresso do grupo de José Carlos Dias, quando ministro da Justiça, hoje diretor da Comissão da Verdade.
O processo de desaparecimento de Epaminondas no Ministério da Justiça é o nº 250/96. Antes da exumação, a CNV fará o scaneamento do solo do cemitério nesta semana.
De porte de documentos e depoimentos após meses de apuração, o delegado Daniel Lerner evita holofote e apenas resume que há comprovações de que o corpo é do guerrilheiro. Assim que exumado e confirmada a identidade por exame de DNA, a CNV vai pedir explicações ao Exército. Há suspeita de que morreu num hospital militar de Brasília com marcas de tortura e seu corpo sumira desde então.
Epaminondas tinha 68 anos, fora sapateiro na terra natal, Bons Pastos (MA), filho de Ângela Gomes de Oliveira e José Benício de Souza. Ele teve papel importante no Araguaia como ‘Apoio’ aos guerrilheiros. Era do grupo do líder camponês e ex-deputado José Porfírio.
Fonte – Uol Política