Reitoria da USP contribuiu com espionagem na ditadura militar, aponta documento

Um ofício, obtido pela Comissão da Verdade de São Paulo, mostra que direção da instituição de ensino informou órgão de repressão sobre atividades no meio acadêmicoA Comissão da Verdade de São Paulo apresentou nesta sexta-feira indícios de que a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) contribuiu com informações para o aparelho de espionagem da ditadura durante o regime militar brasileiro (1964-1985). Em audiência pública, promovida na Assembleia Legislativa de São Paulo, o coordenador da entidade estadual, Ivan Seixas, apresentou documento, obtido nos arquivos do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Deops), com informações sobre as atividades na instituição de ensino.

O ofício, que foi enviado pela reitoria ao órgão de repressão, em 01 de dezembro de 1975, detalha a programação da Semana dos Direitos Humanos promovida pela Universidade de São Paulo de 10 a 15 de novembro de 1975, com os nomes, inclusive, dos palestrantes. Um deles era o jurista, na época professor da Faculdade de Direito, Dalmo de Abreu Dallari, pai do advogado Pedro de Abreu Dallari, membro da Comissão Nacional da Verdade.

 

Segundo o coordenador da Comissão da Verdade de São Paulo, a espionagem da Universidade de São Paulo era uma prática “absolutamente comum”. De acordo com ele, outros documentos a que o órgão estadual teve acesso denunciam a presença de membros do governo federal infiltrados, na época da ditadura militar, no ambiente universitário. Na Universidade de São Paulo, por exemplo, atuava uma Assessoria Especial de Segurança e Informação (AESI), que repassava informações ao Ministério da Educação.

 

Fonte – O Globo

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