Para rememorar a repressão política à classe trabalhadora, durante a ditadura militar no país, o GT “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical”, da Comissão Nacional da Verdade (CNV) realizou na manhã desta terça-feira (1º), em São Paulo, o um Ato Sindical Unitário pela Memória do Enfrentamento do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT ) ao Golpe de 64. Entre os presentes que atuam no GT estava Rogério Nunes, secretário de Políticas Sociais da CTB.
Rogério Nunes participa do ato
“Estamos empenhados no trabalho da Comissão da Verdade para resgatar todo esse passado de luta”, destacou. “É possível a gente lutar por uma sociedade mais justa, por uma perspectiva que aqui no caso será resgatada nesse ato, com sindicatos com matriz marxistas, com gênese comunista, com projetos socialistas, democráticos. Podemos construir uma sociedade mais justa para que os trabalhadores não sofram mais com experiências como essa que foi a ditadura militar”, declarou Rogério Nunes, que destacou algumas pessoas que foram homenageadas como a comunista Ana Martins, que atuou como liderança no movimento sindical no período da ditadura, já foi parlamentar e atua junto aos movimentos sociais até hoje.
Também estava presente na plateia o novo presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras (CTB) Adilson Araújo. Cerca de 300 sindicalistas e convidados estiveram presentes para recontar esse período turbulento da história brasileira. Diversos dirigentes históricos daquele período do golpe, que fizeram parte do CGT, como Rapahel Martinelli, liderança nacional dos ferroviários e Clodsmidt Riani, líder do CGT, hoje aos 92 anos.
Durante o encontro, Rosa Cardoso, integrante da CNV e coordenadora do GT Trabalhadores, comentou o esperado anúncio da presidenta Dilma Rousseff sobre a prorrogação dos trabalhos da Comissão, que vão, inicialmente, até maio de 2014. “Ainda não está confirmado, mas a presidenta já disse que vai prorrogar. Ela sabe que precisa”, afirmou Rosa.
O evento ocorreu no dia 1º de outubro das 9h30 às 12h30, no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, que fica na Rua Genebra, 25.
Conheça os 11 pontos prioritários do GT construídos em conjunto pelas centrais e a CNV:
1. Levantamento dos sindicatos que sofreram invasão e intervenção no golpe e após o golpe;
2. Investigação de quantos e quais dirigentes sindicais foram cassados pela ditadura militar;
3. Quais e quantos dirigentes sindicais sofreram prisão imediata ao golpe;
4. Levantamento da destruição do patrimônio documental e físico das entidades sindicais;
5. Investigação sobre prisões, tortura e assassinatos de dirigentes e militantes sindicais urbanos e rurais;
6. Vinculação das empresas com a repressão;
7. Relação do serviço de segurança das empresas estatais e privadas com a repressão e atuação das forças armadas;
8. Legislação antissocial e antitrabalhadores (lei de greve, lei do arrocho salarial, lei do fim da estabilidade no emprego, entre outras);
9. Levantamento da repressão às greves;
10. Tratamento dado à mulher trabalhadora durante a repressão;
11. Levantamento dos prejuízos causados aos trabalhadores e suas entidades pelo regime militar para reparação moral, política e material.