Anivaldo foi preso, torturado e exilado na ditadura
A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça concedeu ontem, por unanimidade, a condição de anistiado político a Anivaldo Pereira Padilha, de 71 anos, pai do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele terá direito a receber mensalmente R$ 2.484, além do pagamento retroativo de parcela única de R$ 229,3 mil. Na sessão, Anivaldo citou o nome de pessoas que o teriam torturado durante o regime militar e pediu que o caso seja examinado pela Comissão da Verdade.Ligado à Igreja Metodista de São Paulo, Anivaldo era militante da Ação Popular (AP) e foi preso, torturado e exilado em 1970.
O motivo da indenização é reparar a perda do emprego de editor da revista “Cruz de Malta”, ligada à Igreja Metodista, onde trabalhava à época. Emocionado, Anivaldo chorou ao falar perante à comissão e disse que não tinha dormido na véspera:
– Só pude ver meu filho, conhecê-lo, após a anistia (em 1979, quando voltou ao Brasil). Pior do que as torturas, é ter sido privado de ter convivido com meu filho, Alexandre Padilha, no período da sua infância.
Fonte – O Globo