‘Destruíram minha vida’, diz ex-preso do regime militar em audiência no RS

José Rubens Pedroso prestou depoimento emocionado em Caxias do Sul. Comissão Estadual da Verdade ouviu outros três presos políticos caxienses.

A Comissão Estadual da Verdade (CEV-RS) realizou na sexta-feira (13) uma audiência pública, emCaxias do Sul, para ouvir os relatos de quatro ex-presos políticos que foram torturados no regime militar e participaram de movimentos revolucionários, entre eles o VAR Palmares, organização guerrilheira de extrema esquerda que lutou contra a ditadura. O objetivo do encontro foi resgatar a história de cidadãos caxienses que foram perseguidos e presos entre 1964 e 1985.

Um dos depoimentos mais fortes foi o de José Rubens Pedroso. “Estou preso até hoje, pois destruíram a minha vida, destruíram os meus sonhos. Destruíram o que é mais sagrado, o direito de lutar”, disse. “É importante não deixar essa história morrer, e se a juventude me convidar hoje para ir pra rua, eu vou”, acrescentou.

“A opção pela violência contra a opressão foi a única forma que encontramos para lutar contra as injustiças sociais”, recordou Maeth Boff, outro depoente da audiência. Ricardo Segalla, filho do conhecido ativista político Bruno Segalla, também participou dos depoimentos. Ele falou sobre a perseguição sofrida por ser filho de um militante.

Além deles, Luiz Pizzeti, preso logo após o golpe, relatou o período em que ficou preso em Porto Alegre junto com dezenas de caxienses. O padre Mariano Calegari também prestou depoimento na audiência.

 

“A juventude precisa saber o que ocorreu nos porões da ditadura, senão a tortura, que é a violação dos direitos humanos, passará como naturalizada”, resumiu o coordenador da CEV-RS, Carlos Guazzelli. O objetivo da comissão gaúcha é subsidiar, com relatos e documentos, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) para esclarecimentos e reparação de atos de violação dos direitos humanos no Rio Grande do Sul, durante o regime militar.

 

Fonte – G1

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *